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15
Jul15

por oladolunar

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Em quem nos tornámos? Non serviam Cedi à pressão e senti cada palavra como um prego cravado nas veias das mãos. Desisti de vir aqui escrever e deixar as minhas ideias e pensamentos, com ou sem fundamento, razão ou levados pela emoção de gostar do meu país. Uma demonstração de resistência. Não tomar a árvore pela floresta. Ou pelo contrário. Até que passado um bom tempo a observar, ressuscitei para a vida escrita. E reconheci, como me disseram muitos, que desistir não é opção e que vozes como a minha, perdão pela imodéstia, são talvez necessárias para desafinar o coro ordeiro dos nossos músicos que respondem sim e não, nim,conforme a ocasião e, digo eu, a consequência. Baralhar um pouco a ordem dos textos engravatados de neo-liberalismo e de moral que por vezes se dão mal, cabendo sempre mais um na cadeia da mediocridade serviçal e programática, é, realmente, a minha intenção. Este tempo de, como diriam outros, reflexão fez-me observar diversas coisas e teve o condão de me fazer sentir aliviado porque na verdade nunca estamos sozinhos quando levamos na cabeça. Fez-me ver que o cidadão comum quando se envolve em polémica é para valer e aí sim o Português pesquisa, e vai buscar coisas à cabeça de um tinhoso porque ter razão é tudo quanto interessa em muitas das discussões que vão aparecendo, nos cafés ou nas redes sociais que lhes fazem a vez. A onda, quanto a mim, indigna contra o que o governo Grego está a fazer é um perfeito exemplo disso. É o enfiar do barrete saloio, do bom aluno, do pagador, do que rebusca no lixo para mandar porcaria acima. Seremos mesmo um povo tão corajoso, tão bom de contas, tão exemplar e recto? Ou teremos nós caído na esparrela alemã do alles gegen alles, fechando os olhos a actos verdadeiramente democratas, de dedo esticado a apontar e a pensar "vês? eu bem te disse." Muitas vezes o emitir da minha opinião tem sido confundido com uma espécie de " ressabiamento", até por pessoas que fazem vida do comentário, o que não é o meu caso. No post do Fernando Tordo, o meu momento de fama no reino da opinão (doxa ver temos grego) foi tomado como um insurgir injusto contra um colega de profissão; depois, de repente, tornei-me milionário às custas dos vossos impostos, como se eu não os pagasse também e não desse trabalho a tantos que me ajudam a executar a minha função de cantor de uma banda. Outros, deram-me razão e desafinaram comigo. Não podemos nem devemos entregar a defesa dos nossos direitos e opiniões, sejam elas quais forem, a quem responde "depende". É tempo de tomar posição e ver as coisas para lá das coisas. É tempo de a música fazer mais que entreter teatros e é tempo de juntar as nossas vozes para ressabiarmos juntos. Porque é assim que se luta e não a sorrir de alívio por pagarmos resgates de bancos e bónus chorudos a quem nos leva à bancarrota financeira e anímica. Sim espero que a Grécia não pague, assim como nós não deveríamos ter pago um cêntimo aos agiotas, esta peste negra do nosso século. Porque já não há mais nada para venda que não países, é tempo de pelo menos percebermos o que se passa, ir vivendo as dificuldades com a dignidade do conhecimento de causa, e não nos atirarmos ao pescoço do nosso congénere: a pessoa comum que quer colocar pão na mesa, cultura na alma, a sua música na rádio ou seja o que for, insignificante ou importante,não nos cabe julgar, apenas denunciar a injustiça dos sonhos que ficam pelo caminho. Desde quando nos tornámos nós justiceiros populares? Quem somos nós,afinal, povo Português? Vamos respirar fundo e pensar ainda mais longe. É a nossa obrigação para com o nosso país, para com a Europa dos filósofos, Alemães ou Gregos,não interessa. Ambos a pensaram outrora de uma forma que em nada se assemelha a esta guerra desarmada mas que faz, não obstante, vítimas. É o nosso dever para com um continente que ainda permite comunistas, socialistas, conservadores, republicanos, e sociais-democratas conviverem e irem a tempo de extirpar a raiz podre do mercantilismo feito com a alma e com o dinheiro dos povos. Fernando Ribeiro PS: O Lado Lunar está de volta, para ficar. Agradeço a quem se dá ao trabalho de me seguir. É para mim uma honra necessária, comunicar. Foto: telegraph.co.uk all rights reserved

#nonserviam #grecia #europa


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